Nesta terça-feira, 22, a Polícia Civil realizou a prisão de um homem de 45 anos, apontado como o principal suspeito de cometer estupro contra membros da própria família. A ação policial, efetuada na zona rural do município, é resultado de uma investigação conduzida pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) local.
Em entrevista exclusiva à TV Meganésia (confira no fim deste conteúdo), a delegada Ana Carolina, responsável pelo caso e titular da Deam de Goianésia, detalhou o caso que chocou a comunidade. Segundo a delegada, a investigação teve início no começo de abril, após vítimas procurarem a delegacia. Até o momento, quatro vítimas foram identificadas, sendo duas adultas e duas menores de idade – uma criança (11 anos) e uma adolescente (15 anos).
Os relatos iniciais das vítimas adultas revelaram um histórico de abusos que se estenderam por anos. Uma das vítimas narrou uma série de violências ocorridas durante o período em que residia na mesma casa que o suspeito, cessando apenas após seu casamento e saída do lar. Outra vítima relatou ter sofrido importunação sexual, incluindo toques indesejados e tentativas de beijo.
Devido à legislação de proteção à criança e ao adolescente, as autoridades policiais não puderam ouvir diretamente as vítimas menores. Seus relatos foram colhidos por meio de testemunhas, que confirmaram as denúncias de abuso.
Diante da gravidade das acusações, a Deam representou ao Poder Judiciário solicitando a prisão temporária do suspeito e mandado de busca e apreensão em sua residência. Ambas as medidas foram deferidas, culminando na prisão do indivíduo nesta terça. Ele permanecerá detido durante a fase de inquérito policial.
A delegada Ana Carolina ressaltou um agravante no caso: uma das vítimas adultas relatou ter sido abusada por cerca de dez anos, desde os oito até os 18 anos de idade. Mesmo que os fatos mais antigos tenham ocorrido há algum tempo, o suspeito poderá responder tanto por estupro de vulnerável (quando a vítima tem menos de 14 anos) quanto por estupro, considerando o período posterior. A vítima também relatou ter sofrido ameaças e outros atos de violência.
As investigações prosseguem para apurar a dinâmica dos abusos e coletar mais provas. A polícia também apreendeu objetos na residência do suspeito que podem ser relevantes para o inquérito.

Na porta do presídio, aguardando a chegada do suspeito, estava a ex-companheira dele, mãe e avó das vítimas. Emocionada, ela relatou ter sido casada com o suspeito por quase 24 anos e nunca ter desconfiado dos abusos contra sua filha, que começaram quando ela tinha de sete para oito anos e se estenderam até os dezoito. A mulher também revelou que suas netas, de 11 e 15 anos, também foram vítimas do mesmo homem.
A descoberta dos abusos contra as netas ocorreu após a filha questionar as meninas sobre possíveis investidas do “avô”. Inicialmente, as netas negaram, temendo as ameaças do suspeito. No entanto, uma das netas revelou à avó ter presenciado uma cena suspeita, o que desencadeou a busca pela verdade e a confirmação dos abusos passados contra a filha.
Visivelmente abalada, a ex-companheira do suspeito clamou por justiça e expressou sua dor por ter confiado no homem que violentou seus familiares. Ela espera que outras possíveis vítimas se encorajem a denunciar, pois acredita que esse tipo de comportamento não cessa sem intervenção.
A delegada Ana Carolina reforçou que a investigação continua e que outras testemunhas serão ouvidas. A Deam aguarda a oitiva especializada das vítimas menores pelo Poder Judiciário e analisa os materiais apreendidos. O inquérito será posteriormente relatado e encaminhado à Justiça. As autoridades policiais seguem trabalhando para esclarecer todos os detalhes deste caso que abalou Goianésia.