O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira (26) a retirada do sigilo sobre o relatório da Polícia Federal (PF) no âmbito do “inquérito do golpe”, que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022, no final do governo Jair Bolsonaro, destaca o g1. A decisão revela elementos sobre os envolvidos na trama que tentou impugnar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente naquele ano.
O relatório da PF aponta a participação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, e do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, no planejamento e na execução de ações que visavam contestar o resultado das urnas e barrar a posse de Lula. Embora o sigilo tenha sido levantado para grande parte do conteúdo, Moraes manteve o sigilo sobre a delação premiada de Mauro Cid, cujo conteúdo permanece restrito.
O material será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem agora a responsabilidade de analisar as provas. Caso o Ministério Público Federal entenda que existem elementos suficientes para sustentar a acusação, poderá apresentar uma denúncia formal ao STF. Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e seus auxiliares se tornarão réus no processo.
A investigação remonta a discursos e ações de figuras de alto escalão do governo Bolsonaro, que atacaram as urnas eletrônicas e deslegitimaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de envolver documentos comprometedores, como as “minutas do golpe”, encontradas na casa do ex-ministro Anderson Torres, no celular de Mauro Cid e nas dependências do Partido Liberal (PL). Também foi identificado, por meio da operação Contragolpe, um plano que incluía ações violentas, como o assassinato de autoridades.
Apesar de os eventos de 8 de janeiro de 2023, em que bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, estarem ligados ao golpe, esses fatos estão sendo investigados separadamente.
Fonte: Brasil247
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