A legalização das apostas de quota fixa no Brasil começa a mostrar resultados para o mercado e os cofres públicos. Entre janeiro e março de 2025, as chamadas bets legalizadas movimentaram de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões por mês, de acordo com dados apresentados pelo Banco Central durante a CPI das Bets no Senado. A estimativa confirma o potencial econômico do setor, agora sob controle do Ministério da Fazenda e com contribuições diretas em impostos e geração de receitas.
O avanço da regulação, com base na Lei nº 14.790, que entrou em vigor no início do ano, permite que o governo acompanhe com mais precisão os fluxos financeiros do setor. Segundo Rogério Lucca, secretário-executivo do Banco Central, a exigência de registro bancário com uma Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) específica para as bets tem facilitado o rastreamento e a transparência. “O que antes era apenas uma estimativa, agora se confirma com números reais e auditáveis”, afirmou.
Com as casas de apostas operando legalmente, o Brasil começa a ver os primeiros benefícios fiscais de um mercado que, até então, atuava à margem. A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), ligada à Fazenda, estima que até 94% do valor arrecadado em apostas seja retornado aos jogadores na forma de prêmios — o que ainda não garante que um jogador específico irá ganhar, já que os resultados são aleatórios. O restante entra como lucro das operadoras, que agora devem pagar impostos, taxas de concessão e contribuir com o fundo de saúde e educação, conforme previsto em lei.
Entre os jogos mais populares do momento estão os slots, com destaque para o Fortune Tiger, conhecido como o “joguinho do tigre”. De acordo com dados da KTO, o joguinho do tigre garantiu 42,90% de popularidade em fevereiro de 2025, mantendo-se entre os três mais jogados do mês. Outros títulos da série Fortune, como Fortune Rabbit, Fortune Ox e Fortune Dragon, também figuram no topo do ranking, mostrando o sucesso dos slots temáticos entre os jogadores.
Apesar do alerta das autoridades quanto ao uso responsável das apostas, o momento é visto com otimismo por especialistas do setor. Com a regulamentação, o Brasil passa a integrar o grupo de países que reconhecem as bets como uma atividade legítima de entretenimento digital, protegida por regras claras e supervisionada por órgãos competentes.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que, embora o BC não tenha poder de fiscalização direta sobre as bets, sua atuação no combate à lavagem de dinheiro e à movimentação suspeita segue ativa. “A regulação traz segurança jurídica e permite que instituições financeiras saibam exatamente com quem estão lidando”, explicou.