O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, gerou grande repercussão nesta quarta-feira (8) ao adiar o lançamento do sistema Jáé, que prometia modernizar o transporte público na cidade. Durante o pronunciamento, Paes não poupou críticas à Fetranspor, entidade que representa as empresas de ônibus do estado, chamando-a de “máfia” e culpando-a pelos atrasos e problemas no setor.
O Jáé é um projeto da prefeitura que visa facilitar o acesso às informações sobre o transporte coletivo no Rio de Janeiro. A ideia é oferecer um sistema integrado que permita aos usuários acompanhar, em tempo real, a localização dos ônibus, os horários das viagens e outras informações relevantes. O objetivo é melhorar a experiência dos passageiros e aumentar a eficiência do transporte público.
No entanto, o lançamento, previsto para esta semana, foi adiado indefinidamente. Segundo Eduardo Paes, o motivo do adiamento está diretamente ligado às dificuldades impostas pela Fetranspor, que estaria boicotando a implementação do projeto.
Durante a coletiva de imprensa, Eduardo Paes fez duras críticas à Fetranspor, acusando a entidade de agir de forma pouco transparente e de prejudicar o desenvolvimento do transporte público no Rio. Segundo ele, a organização tem um histórico de falta de colaboração com iniciativas que visam melhorar os serviços prestados à população.
“A Fetranspor é uma máfia que trabalha contra os interesses dos cariocas. Eles sabotam qualquer tentativa de modernização porque querem manter seus próprios interesses”, afirmou o prefeito.
Paes também destacou que a prefeitura tem enfrentado dificuldades para obter dados das empresas de ônibus, fundamentais para o funcionamento do sistema Jáé. Ele garantiu que não desistirá de implementar o projeto, mas ressaltou que precisa superar os entraves impostos pela Fetranspor.
Em resposta às declarações de Eduardo Paes, a Fetranspor divulgou uma nota afirmando que repudia as acusações e que está aberta ao diálogo com a prefeitura. Segundo a entidade, as críticas do prefeito são infundadas e não contribuem para a solução dos problemas enfrentados pelo sistema de transporte.
A nota também destacou que as empresas de ônibus enfrentam dificuldades financeiras significativas, agravadas pela pandemia e pela redução no número de passageiros. Para a Fetranspor, o governo municipal também tem responsabilidade pelos problemas no setor, especialmente em relação ao subsídio tarifário e à fiscalização dos contratos.
O adiamento do sistema Jáé representa mais um obstáculo para os passageiros que dependem do transporte público no Rio de Janeiro. A falta de informações em tempo real e a precariedade dos serviços são problemas recorrentes, que afetam milhares de pessoas diariamente.
“A gente já sofre com ônibus lotados, atrasos e falta de segurança. Agora, esse sistema que poderia ajudar também foi adiado. É um desrespeito com a população”, reclamou Joana Silva, usuária frequente dos ônibus na cidade.
Eduardo Paes garantiu que o adiamento do Jáé é temporário e que a prefeitura continuará trabalhando para superar os desafios impostos pela Fetranspor. Ele também ressaltou que outras medidas estão sendo planejadas para melhorar o transporte público no Rio, como o reforço na fiscalização das linhas e a revisão dos contratos com as empresas de ônibus.
Para muitos especialistas, o caso evidencia a necessidade de maior transparência e regulação no setor de transporte público. A relação conturbada entre a prefeitura e a Fetranspor é vista como um dos principais entraves para a melhoria dos serviços oferecidos à população.
O embate entre Eduardo Paes e a Fetranspor reflete problemas estruturais do transporte público no Rio de Janeiro, que impactam diretamente a vida dos cidadãos. Enquanto o sistema Jáé permanece em suspenso, os passageiros continuam enfrentando dificuldades no dia a dia.
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