PF prende policial e mais três em operação contra esquema de emendas na Bahia

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A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta segunda-feira (23) a segunda fase da Operação Overclean, que investiga a participação de políticos e servidores públicos em um suposto esquema de fraudes em licitações e desvio de emendas parlamentares. No total, estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e uma ordem de afastamento cautelar contra um servidor público.

A operação também inclui a determinação do sequestro de cerca de R$ 4,7 milhões em bens, valor que a PF alega ter sido obtido pela organização criminosa através das atividades ilícitas, além de veículos de luxo. Entre os detidos está um agente da Polícia Federal. Os mandados estão sendo executados em Brasília e nas cidades baianas de Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista. Até o dia 10, a força-tarefa, composta pela PF, pelo Ministério Público Federal, pela Receita Federal e pela Controladoria-Geral da União, havia prendido 15 pessoas e afastado oito servidores públicos devido ao suposto envolvimento no esquema.

De acordo com a PF, a organização criminosa teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos com órgãos públicos apenas em 2024. Foram cumpridos 17 mandados de prisão preventiva e 43 mandados de busca e apreensão em cinco estados: Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Os investigados são suspeitos de cometer corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, além de lavagem de dinheiro.

Propina em jatinho de Salvador para Brasília

No contexto da mesma investigação, a PF flagrou no início do mês uma tentativa de pagamento de propina com recursos transportados em um jatinho que saiu de Salvador com destino a Brasília. Os agentes monitoraram o empresário Alex Rezende Parente e o ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) na Bahia, Lucas Maciel Lobão Vieira.

Todo o trajeto foi acompanhado pelos agentes, que registraram o transporte de R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo, destinado ao pagamento de propina em Brasília. Segundo a PF, o voo foi organizado pelo empresário de Salvador, José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” por vencer vários contratos de limpeza urbana na Bahia. Ele também foi preso na terça-feira, 10, quando a operação foi deflagrada.

De acordo com a PF, Alex era responsável por coordenar as fraudes em licitações e negociar com os servidores públicos o pagamento de propinas. Seu irmão, Fábio Rezende Parente, atuava como o responsável financeiro do grupo, cuidando da transferência dos recursos. Enquanto isso, Lucas Lobão operava dentro do DNOCS para favorecer a contratação da empresa Allpha Pavimentações, de propriedade de Alex e Fábio, conforme aponta a investigação.

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