O soldado da Polícia Militar Vinícius de Lima Britto, filmado matando Gabriel Renan da Silva Soares com 11 tiros nas costas em um estabelecimento na zona sul de São Paulo, foi transferido para o presídio Romão Gomes na noite desta quinta-feira (5). A decisão de prisão foi proferida pela juíza Michelle Porto de Medeiros e divulgada pelo UOL. O caso ganhou repercussão nacional após as imagens do crime circularem amplamente nas redes sociais.
Gabriel, um jovem negro de 19 anos, havia furtado itens de limpeza no local antes de ser alvejado pelo PM. A magistrada considerou que a prisão é necessária “para a garantia da ordem pública e conveniente à instrução processual”, dado o contexto de influência e poder que agentes de segurança pública detêm. Segundo o Ministério Público, Britto já é investigado por outras três mortes ocorridas em um período de dez meses.
“Indicativa de periculosidade do agente”
O processo inclui imagens, fotografias e depoimentos que comprovam a materialidade do crime, segundo a juíza. Ela destacou a quantidade de disparos realizados pelo PM. “Foram 11 tiros”, escreveu Medeiros, pontuando que isso é um indicativo de perigo representado pelo soldado. Apesar de uma testemunha e do próprio agente terem alegado legítima defesa, a magistrada ressaltou que essa alegação será examinada no decorrer da instrução processual.
O MP também apontou que Vinícius Britto possui um histórico preocupante em sua curta carreira policial. “Três mortes em dez meses mostram um padrão de comportamento que não pode ser ignorado”, afirmou o órgão em seu parecer, favorável à prisão preventiva.
Fonte: Brasil247